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Sempre que posso, e posso todos os dias, acompanho o que se passa com o meu torrão natal.
Admito que o sentimento de nojo e a revolta perante a baba desgovernada que vai alastrando sem vergonha num país que se aproxima a largos passos dos conceitos de terceiro mundismo, dá lugar de forma lenta a um sentimento de total impotência que, mais cedo ou mais tarde, abrirá caminho para a indiferença que vira logo ali à esquina, à direita, mesmo no extremo.
Desde um parolo e paroquial governo da educaçãozita, passando pela trafulhice da ministra da justiçazoca, agarrando pelo caminho uma administração bastante interna com a imbecilidade aos tombos e aos gritos, para chegar a um planeamento chefiado por um mistério ou segredo, a permanência da impunidade é aflitiva.
Factos como o do procurador europeu acabar sentado onde não merece ou o do Tribunal Constitucional acabar chefiado por um alegado anticonstitucionalista, entre tantos outros casos (pese o basqueiral atolambado da comunicação social cada vez mais histérica, volátil, incompetente, refém dos likes e submetida à ocasião panfletária ou de paragona), moldam um cidadão desistente, desanimado, frustrado, deprimido, impotente e certo da inutilidade de qualquer reacção contra o lamaçal vergonhoso em que se vai tornado a governação portuguesa.
As mentiras, os enganozinhos, os drinks de fim de tarde, os dedos enfiados pelos nossos olhos dentro, a festança do desconfinamento e do SNS “resiliente”, os ditos por não ditos, as omissões, as bastonárias às bastonadas, as manobras de barrigas e os ondulares de cintas que se vão avolumando descaradamente, reforçados por operações de cosmética que disfarçam ou escondem as vigarices e as trafulhices dos titulares dos cargos públicos, produzem um fraco povo, imbecilizado, grosseiro, ignorante, crédulo e sobretudo submisso, sobretudo dominado.
“O fraco rei faz fraca a forte gente”.
Venha o vírus e escolha.